quarta-feira, 23 de março de 2011

Dedicatória a uma Amiga Verdadeira

Existem amigos e depois existes tu!
Fizemos o caminho inverso do normal mas foi o caminho nós percorremos. Sou feliz por te ter encontrado, por ter encontrado um pedaço da minha felicidade. Ainda estou a juntar todas as peças mas posso dizer que já tenho uma amiga para toda a minha vida. Sabes que podes contar comigo para o que der e vier. Quero-te na minha vida, quero estar na tua vida sempre. Quero estar lá para te apoiar, tal como espero que estejas sempre cá para me apoiar e que sejas o meu ombro para eu poder chorar. Quero poder proteger-te, aconselhar-te, acompanhar-te para onde quer que vás. Quero amar-te como amigo, como o teu melhor amigo, aquele a quem tu podes sempre contar tudo e confiar os teus segredos. Quero confiar-te os meus segredos, pois não há nada que eu te queira esconder.
Fico triste sempre que penso em ti. Triste porque estás longe de mim. Estás e estarás sempre no meu coração onde quer que estejas fisicamente mas não poder falar contigo e estar contigo simplesmente deixa-me triste...
Não és como ninguém que eu conheço. És a melhor pessoa no mundo e espero que todas as pessoas que consideras teus amigos saibam bem a pessoa que és! E que te valorizem pelo que és. Pois nada me deixa mais chateado do que não teres o que mereces, o melhor de tudo, de todas as pessoas.
Esta declaração de amizade é para que todos saibam a pessoa maravilhosa que és e o orgulho que tenho em fazer parte da tua vida, para sempre espero eu, pois que tu o sabes já eu sei mas fica aqui por escrito o que eu sinto por ti Bruxinha@@
(Já agora menciono que só o original é verdadeiro e como tal peço que caso queiram seguir o meu exemplo, tal como eu segui o exemplo de outra pessoa, o façam com as vossas palavras, verdadeiras)

sexta-feira, 18 de março de 2011

O Verdadeiro Amor Existe?


Eu deparei-me a pensar sobre o que era feito do icon a que se chama Cavalheiro para realizar que hoje em dia não passa duma utopia pensar, que é valorizada uma pessoa nobre, honesta e altruista. Como é que é possível alguém valorize algo que não tem? Como é que alguém consegue admirar alguém sem que se possa considerar igual, sem se auto destruir por não conseguir ser honesta e altruista como um cavalheiro? O que dar a alguém a quem nada temos para oferecer? Ninguém é perfeito, certo? ou errado? Partimos do principio de que somos humanos logo erramos, uma dedução lógica e vá correcta visto ser isso que nos define. Mas o facto de sermos humanos dá-nos menos direitos de exigirmos alguém o mais perfeito possível? É-nos menos direito exigir alguém melhor que nós? Eu não acho. Eu não acho porque na verdade alguém melhor que outra pessoa não existe. Como é que quantificamos e classificamos alguém como sendo melhor ou mais que nós próprios? Se partirmos do pressuposto que existe alguém que é melhor que nós, temos também de assumir que a sua vida tem mais valor que a nossa... e será isso justo? Não, não é.
Hoje descobri que não é o facto de sermos mais ou menos perfeitos que nos vai aproximar mais da verdadeira felicidade. A verdadeira felicidade não é alcançável através de melhorias. Porque todos nós somos humanos e porque todos nós somos, acima de tudo, diferentes. E para cada peça de um puzzle tão grande como toda população humana, existe pelo menos uma peça que encaixa... haverá também alguém que me completa, alguém diferente, nem melhor nem pior.
Existe algo que me deixa ou deixava relativamente perplexo, que é o facto de pessoas "melhores" não terem o que merecem ou não conseguirem ser felizes como certas pessoas "menos" merecedoras conseguiram... simplesmente nunca me pareceu justo. Pelos vistos o mundo não é de facto um lugar onde haja algo chamado justiça...
Este facto não põe em causa tudo aquilo que eu acredito mas certamente que me deixa um peso em cima. Sinto que tenho de lutar por o que me é de direito por ajudar a que haja justiça neste mundo governado pelo Caos em que está. O simples facto de existirmos não devia ser considerado um direito mas sim uma oportunidade que nos é dada para deixar uma marca que perdure no tempo, que faça diferença, que torne a justiça numa realidade.

Eu quando era pequeno pensava que a diferença entre ser-se feliz e infeliz era ser-se mais ou menos perfeito. Nunca pensaria eu estar tão certo e tão errado ao menos tempo.
Existem dois tipos de felicidade: existe aquela felicidade que apenas nós próprios conseguimos sentir e que apenas depende da nossa auto realização; e existe a outra que apenas pode ser obtida através das outras pessoas, à qual eu apelido de "verdadeira" felicidade no sentido em que não está nas nossas mãos e como tal 
é pura e verdadeira, e não uma ilusão que nos mostramos a nós próprios. O significado de alguém gostar de nós como somos é o de sentirmos que não estamos realmente sós neste mundo. É sentir que um pedaço de nós não está em nós como corpo e mente, mas sim nessa outra pessoa.
Eu sei que isto já foi dito por muitas pessoas mas a verdade é que nós só podemos amar alguém depois de nos amarmos a nós próprios. Não é possível amar alguém sem que antes nos amemos a nós próprios, sem saber o que é o orgulho e o amor.
Isto vai parecer estúpido mas eu amo-me a mim próprio LOL pelo que sou hoje e tenho orgulho no que me tornei. Eu neste momento considero-me o cavaleiro montado no seu cavalo branco, pronto para encontrar a sua cinderela. Não procuro alguém melhor ou pior que eu, apenas quero alguém que me ame pelo que sou e que aceite um pedaço de mim para sempre.

Voltando para o assunto original, será que alguém valoriza os ideais que o cavalheirismo defende? no que toca ao altruismo e honestidade... entre outros adjectivos que caracterizam o ideal do ser humano perfeito. Até que ponto isso faz alguma diferença? Não sei sinceramente... porque até agora não tenho muitas provas disso mas eu aprendi que só pode alguém apreciar algo do que conhece pois o que desconhece nada lhe diz acerca do verdadeiro significado de algo que pese embora estar à sua frente tudo pode significar sem o adequado contexto. Resumindo: só alguém que valorize os mesmos ideais que eu compreenderá o meu ser e mais que tudo poderá apreciar e amar quem eu sou... por isso não estou mais preocupado em responder à questão "Será que existe alguém que me ama pelo que sou?" mas sim ansioso quanto ao "quando" isso irá acontecer. Eu irei remanescer fiel a mim próprio e o momento de ser totalmente feliz chegará mas cedo que eu próprio poderei antecipar. Até lá espero por ti cinderela...

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Fado...


































Decide por mim,
O que eu não posso decidir.
Condena-me a assistir
Ao meu próprio fim.
Fim de um conto de fadas,
Ou de um filme de terror?
Esperemos então as badaladas,
Seja qual fim for...
Para esta história de encantar.
Este delírio de amar,
Que comigo irá acabar,
Mais cedo ou mais tarde.
Alenta o meu coração que arde,
Arde intensamente.
Consome-me a cada dia que passa,
Desfia-me silenciosamente,
Até desvanecer...
E consumir o meu ser.
Maldito sejas Fado,
Por quanto me fazes sofrer,
Sem que nada tenha feito por merecer,
Tamanha injustiça.
Até parece enguiça!
Aquilo que me persegue,
Mas nunca me encontra.
Felicidade estou aqui,
Á tua espera eternamente...
Ou até quando o coração aguentar
Tudo o que passo até te encontrar.
De ti não vou desistir,
Mas já começo a desesperar,
E por vezes encontro-me a duvidar,
Se realmente existes...
Ou se não me queres encontrar...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Depressão, Algo passageiro ou veio para ficar?

Antes de mais quero referir que a depressão é um assunto que tem demasiadas ramificações para poder incluir todas neste tópico. Eu vou referir especialmente a depressão como Estado e como Traço da personalidade de cada um de nós. Vou também explorar a diferença entre homens e mulheres na expressão da depressão no comportamento.


Uma definição geral da Depressão e os seus sintomas.

Significados do termo “depressão”
O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias) doença(s). Os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afectivo da vida psíquica normal. A tristeza constitui-se na resposta humana universal às situações de perda, derrota, desilusão e outras adversidades. Cumpre lembrar que essa resposta tem valor adaptativo, do ponto de vista evolucionário, uma vez que, através da retracção, poupa energia e recursos para o futuro. Por outro lado, constitui-se como sinal de alerta, para os demais, de que a pessoa está precisando de companhia e ajuda. As reacções de luto, que se estabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizam-se pelo sentimento de profunda tristeza, exacerbação da atividade simpática (http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_simp%C3%A1tico) e inquietude. As reações de luto normal podem estender-se até por um ou dois anos, devendo ser diferenciadas dos quadros depressivos propriamente ditos. No luto normal a pessoa usualmente preserva certos interesses e reage positivamente ao ambiente, quando devidamente estimulada. Não se observa, no luto, a inibição psicomotora característica dos estados melancólicos. Os sentimentos de culpa, no luto, limitam-se a não ter feito todo o possível para auxiliar a pessoa que morreu; outras ideias de culpa estão geralmente ausentes. Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de stress pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações stressantes, ou a circunstâncias sociais e económicas adversas.
Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite). Finalmente, enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adoptado. Entre os quadros mencionados na literatura actual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc.

Aspectos gerais
Embora a característica mais típica dos estados depressivos seja a proeminência dos sentimentos de tristeza ou vazio, nem todos os pacientes relatam a sensação subjectiva de tristeza. Muitos referem, sobretudo, a perda da capacidade de experimentar prazer nas actividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente. Frequentemente associa-se à sensação de fadiga ou perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado. Alguns autores, enfatizam a importância das alterações psicomotoras, em particular referindo-se à lentificação ou retardo psicomotor. Este tópico será abordado mais detidamente no item referente à conceituação da “melancolia”. No diagnóstico da depressão levam-se em conta: sintomas
psíquicos; fisiológicos; e evidências comportamentais.

Sintomas psíquicos
• Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa.
Os pacientes costumam aludir ao sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto “sem cores”, sem matizes de alegria. Em crianças e adolescentes,
sobretudo, o humor pode ser irritável, ou “rabugento”, ao invés de triste. Certos pacientes mostram-se antes “apáticos” do que tristes, referindo-se muitas vezes ao “sentimento da falta de sentimentos”. Constatam, por exemplo, já não se emocionarem com a chegada dos netos, ou com o sofrimento de um ente querido, e assim por diante. O deprimido, com frequência, julga-se um peso para os familiares e amigos, muitas vezes invocando a morte para aliviar os que o assistem na doença. São frequentes e temíveis as ideias de suicídio. As motivações para o suicídio incluem distorções cognitivas (perceber quaisquer dificuldades como obstáculos definitivos e intransponíveis, tendência a superestimar as perdas sofridas) e ainda o intenso desejo de pôr fim a um estado emocional extremamente penoso e tido como interminável. Outros ainda buscam
a morte como forma de expiar as suas supostas culpas. Os pensamentos de suicídio variam desde o remoto desejo de estar simplesmente morto, até planos minuciosos de se matar (estabelecendo o modo, o momento e o lugar para o acto). Os pensamentos relativos à morte devem ser sistematicamente investigados, uma vez que essa conduta poderá prevenir actos suicidas, dando oportunidade ao doente de se expressar a esse respeito.
• Redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das actividades, antes consideradas como agradáveis. As pessoas deprimidas podem relatar que já não se interessam pelos seus passatempos predilectos. As actividades sociais são frequentemente negligenciadas, e tudo lhes parece agora ter o
peso de terríveis “obrigações”.
• Fadiga ou sensação de perda de energia. A pessoa pode relatar fadiga persistente, mesmo sem esforço físico, e as tarefas mais leves parecem exigir esforço substancial. Lentifica-se o tempo para a execução das tarefas.
• Diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões. Decisões antes quase automáticas parecem agora custar esforços intransponíveis. Um paciente pode se demorar infindavelmente para terminar um simples relatório, pela incapacidade em escolher as palavras adequadas. O curso do pensamento pode estar notavelmente lentificado. Professores experientes queixam-se de não conseguir preparar as aulas mais rotineiras; programadores de computadores pedem para ser substituídos pela actual “incompetência”; crianças e adolescentes têm queda em seus rendimentos escolares, geralmente em função da fatigabilidade e défice de atenção, além do desinteresse generalizado.

Sintomas fisiológicos
• alterações do sono (mais frequentemente insónia, podendo ocorrer também hipersonolência). A insónia é, mais tipicamente, intermediária (acordar no meio da noite, com dificuldades para voltar a conciliar o sono), ou terminal (acordar mais precocemente pela manhã). Pode também ocorrer insónia inicial.
Com menor frequência, mas não raramente, os indivíduos podem se queixar de sonolência excessiva, mesmo durante as horas do dia.
• alterações do apetite (mais comummente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite). Muitas vezes a pessoa precisa esforçar-se para comer, ou ser ajudada por terceiros a se alimentar. As crianças podem, pela inapetência, não ter o esperado ganho de peso no tempo correspondente. Algumas
formas específicas de depressão são acompanhadas de aumento do apetite, que se mostra caracteristicamente aguçado por carboidratos e doces.
• redução do interesse sexual

Evidências comportamentais
• afastamento social
• crises de choro
• comportamentos suicidas
• Retardo psicomotor e lentificação generalizada, ou agitação psicomotora. Frequentemente os pacientes se referem à sensação de peso nos membros, ou ao “manto de chumbo” que parecem estar carregando. Em recente revisão da literatura sobre os estados depressivos, o item “retardo psicomotor” foi o denominador
comum, em nove sistemas classificatórios, como traço definidor da melancolia. Na Austrália, Gordon Parker e colaboradores propuseram, para o diagnóstico da melancolia, um sistema baseado não em “sintomas” (subjectivos), mas em “sinais” (características objectivas, observáveis): o sistema “core”, que tem sido cada vez mais utilizado pelos pesquisadores nessa área. Na França, Daniel Widlöcher e colaboradores, na Salpêtrière, desenvolveram uma escala especificamente destinada a medir o retardo psicomotor (“échelle de ralentissement dépressif” da Salpêtrière). Deve-se ainda lembrar, no diagnóstico das depressões, que algumas vezes o quadro mais típico pode ser mascarado por queixas proeminentes de dor crónica (cefaléia, dores vagas no tórax, abdómen, ombros, região lombar, etc.). A ansiedade está frequentemente associada. Em idosos, principalmente, as queixas de carácter hipocondríaco costumam ser muito comuns.

Alterações dos rimos circadianos (ritmos biológicos que têm a ver com o ciclo dia/noite)
Muitas funções circadianas encontram-se alteradas nas depressões, a exemplo da regulação da temperatura e do ritmo de produção do cortisol. Entre as alterações mais conspícuas estão aquelas relacionadas ao ritmo do sono. Segundo Akiskal, cerca de dois terços dos pacientes deprimidos têm diminuição da latência para o início do sono REM (“Rapid Eyes Movements” ou Sono Profundo). As formas ditas “melancólicas” da depressão caracterizam-se, entre outros aspectos, pela piora matinal e pelo despertar precoce pela manhã.

Características melancólicas
O termo “melancolia” tem sido empregado, nas actuais classificações (como o DSM IV, Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais), para designar o subtipo anteriormente chamado de “endógeno”, “vital”, “biológico”, “somático” ou “endogenomorfo” de depressão. Considerado por muitos como o “protótipo” ou síndrome nuclear das depressões, a melancolia – ao contrário de outras formas de depressão – parece constituir-se em um grupo mais homogéneo, que responde melhor a tratamentos biológicos, e para o qual os factores genéticos seriam os principais determinantes. Parker e cols. chamam a atenção para a importância das alterações psicomotoras na melancolia, para eles a principal característica desse quadro nosológico (sintomático). O conceito de melancolia no DSM-IV foi revisto, em relação ao do DSM-III-R, tornando-se mais preciso e definindo com mais rigor no subgrupo aqui estudado. Testes biológicos, como, por exemplo, o teste da supressão do cortisol pela dexametasona, são mais frequentemente positivos nos quadros melancólicos do que em outros tipos de depressão.


Características psicóticas
Cumpre lembrar que o termo “psicótico”, origem de tantas controvérsias em psiquiatria, tem três significados distintos: 1. significado meramente descritivo, quando designa, por exemplo, quadros psiquiátricos onde ocorrem alucinações e delírios;
2. significado etiológico, quando designa quadros endógenos (determinados por tendências constitucionais do indivíduo), em contraposição àqueles determinados por factores psicogénicos;
e 3. significado que alude à gravidade (ou intensidade) do quadro.
As actuais classificações, fugindo de preconceitos etiológicos, utilizam o termo psicótico apenas em sentido descritivo. Assim, a expressão designa, nesse contexto, aquelas formas de depressão onde ocorrem delírios e alucinações. Admite-se que essas formas cheguem a 15% dos quadros depressivos.

Os delírios depressivos considerados congruentes com o humor incluem delírios de culpa, de punição merecida, delírios de ruína e delírios nihilistas (que podem configurar a síndrome de Cotard, quando incluem negação de órgãos e negação da morte). Na depressão delirante as pessoas podem interpretar eventos triviais do cotidiano como evidências de defeitos pessoais, ao tempo em que se culpam de forma indevida e francamente inapropriada. Um paciente, por exemplo, culpava-se pela morte de um desconhecido, cujo caixão passou pela sua rua; outra, uma senhora de meia idade, julgava ser a responsável pela paralisação das obras de uma ponte em sua cidade. Mais comummente, no entanto, o paciente recua no tempo, com a finalidade de se acusar por supostos delitos ou atos culposos do passado, remoendo escrúpulos indevidos.

Os temas de ruína, quando delirantes, apresentam-se, de acordo com Bleuler, como: ruína do corpo (delírios hipocondríacos: a pessoa acredita, por exemplo, estar com o fígado “apodrecido”, ou com determinados órgãos “tomados pelo cancro”); ruína espiritual (delírios de culpa, com acusações por faltas ou pecados cometidos); e ruína financeira (delírios que envolvem temas de pobreza e miséria). A “escolha” do tema faz-se, certamente, em consonância com as características da personalidade do paciente.
Por outro lado, podem ocorrer temas delirantes, aparentemente sem relação com o humor depressivo.
Os delírios incongruentes com o humor incluem temas de perseguição, e delírios de estar sendo controlado (estes, comumente associados a fenómenos “schneiderianos” de inserção e irradiação de pensamentos). Quando presentes, esses fenómenos incongruentes com o humor associam-se a um pior prognóstico, avizinhando-se, não raramente, dos estados ditos “esquizoafetivos”.
As alucinações que acompanham os estados depressivos, quando presentes, são em geral transitórias e não elaboradas. Costumam ser, mais comumente, coerentes com o humor depressivo: vozes que condenam o paciente, maldições do demónio, choro de defuntos, etc. Mais raramente, ocorrem alucinações não congruentes com o humor (sem relação aparente com os temas depressivos). As formas mais severas de
depressão psicótica foram descritas por Kraepelin com o nome de “melancolia fantástica”. Nessa forma aparecem intensos delírios e alucinações, alternando-se estados de violenta excitação com estados estuporosos, a par de leve obnubilação (estreitamento) da consciência (essas formas são hoje dificilmente encontradas).

Depressões catatónicas
Diz-se que uma depressão tem características catatónicas quando o quadro clínico se caracteriza por intensas alterações da psicomotricidade, entre as quais: imobilidade quase completa, actividade motora excessiva, negativismo extremo, mutismo, estereotipias, ecolalia ou ecopraxia, obediência ou imitação automática. A imobilidade motora pode se apresentar como estupor (o chamado “estupor melancólico”) ou ainda por catalepsia (flexibilidade cérea). Impõe-se aqui o diagnóstico diferencial cuidadoso, com a catatonia induzida por condição médica geral (por exemplo, encefalopatia hepática), por drogas ou medicamentos, e com a esquizofrenia catatónica. Cumpre notar que, nos tempos actuais, é muito raro encontrar-se um verdadeiro “estupor melancólico”. As facilidades de diagnóstico e de tratamento quase sempre impedem a progressão a essas formas mais graves, que ainda em passado recente (particularmente antes da introdução do eletrochoque) ameaçavam a vida dos pacientes. Em pessoas jovens, o aparecimento de acentuada lentificação psicomotora e de formas subtis de estupor é quase sempre indicativo de doença bipolar, que frequentemente acabará se manifestando mais tarde através de fases maníacas.


Depressões crónicas (distimias)
As depressões crónicas são geralmente de intensidade mais leve que os episódios de depressão maior. Mais que o humor francamente deprimido, os pacientes com depressão crónica (distimia) sofrem por não sentir prazer nas actividades habituais, e por terem suas vidas coartadas por uma espécie de morosidade irritável.

Depressões atípicas
Originalmente criado na Inglaterra, e posteriormente desenvolvido pelo grupo da Universidade de Columbia, em Nova York, o conceito de depressão “atípíca” refere-se (de modo muito típico) àquelas formas de depressão caracterizadas por: reactividade do humor, sensação de fadiga acentuada e “peso” nos membros, e sintomas vegetativos “reversos” (opostos aos da depressão melancólica), como aumento de peso e do apetite, em particular por carboidratos e hipersonia. Além disso, descreve-se como característica constante das pessoas sujeitas a esse tipo de depressão um padrão persistente de extrema sensibilidade à percepção do que consideram como rejeição por parte de outras pessoas. Episódios com características “atípicas” são mais comuns nos transtornos bipolares (I e II), no transtorno depressivo com padrão sazonal.

Sazonalidade
Especialmente no hemisfério norte, onde as estações do ano são bem definidas, verifica-se com clareza que algumas formas de depressão acentuam-se ou são precipitadas de acordo com um padrão sazonal; mais comumente as depressões desse tipo ocorrem no outono e no inverno. Muitos desses pacientes têm fases hipomaníacas na primavera, sendo classificados como do tipo bipolar II (depressões maiores e hipomania). Frequentemente esses pacientes apresentam algumas características sobrepostas às da “depressão atípica”: fadiga excessiva, aumento do apetite (em particular por carboidratos) e hipersonolência. O DSM-IV inclui o
“padrão sazonal” como um especificador do tipo de depressão estudada.

Após uma definição do conceito de depressão passemos a explicar a depressão em termos de Personalidade, como algo inerente a nós próprios, ou algo que é simplesmente decorrente de uma causa exterior como um evento traumático, por exemplo, uma separação amorosa.

Alguns autores defendem que a Personalidade é composta por traços. Traços esses que predizem a probabilidade de contrair uma depressão severa, alta ou baixa mas nunca deixa de existir essa possibilidade, de qualquer um de nós apanhar uma depressão. Assim existem pessoas que por muito pouco ficam depressivas e outras que apenas algo bastante forte ficam depressivas. Os traços são a componente biológica e genética que nos é transmitida à nascença. As condições ambientes, são os eventos sociais e culturais que podem potenciar, ou não, o desenvolvimento da depressão. Ou seja, independentemente da tendência para desenvolver a depressão, se não for acompanhada de circunstâncias potenciadoras de depressão, dificilmente será desenvolvida a depressão para algo mais severo que as fases depressivas ligeiras que todos nós experimentamos durante a nossa vida. Existe uma parte que podemos controlar, essas circunstâncias potenciadoras de depressão, e as que não conseguimos controlar, a parte inata, pertencente ao nosso património genético.
De qualquer forma, um evento traumático forte deixa qualquer um de nós depressivo, mas a forma como lidamos como esse evento determina se desenvolvemos ou não uma depressão severa.


As mulheres e os homens lidam de forma diferente com a depressão, expressam-se de forma diferente, e até o tratamento eficaz é diferente entre homens e mulheres e até mesmo durante periodos diferentes da vida, como é o caso da mulher.
As mulheres exprimem a depressão através duma "melancolia fixa" enquanto que os homens costumam expressar a depressão através da "raiva" e "irritabilidade", existindo por vezes uma confusão com a frustração generalizada e inquietude, impedindo que esta doença seja diagnosticada e tratada como doença que é.
A diferença entre homens e mulheres a nivel das doenças mentais tem sido negligenciada, talvez numa tentativa de não discriminar mas a verdade é que as mulheres e os homens são diferentes, tanto a nível cultural como a nível cerebral estão estruturados de forma diferente.
Um exemplo da "má" discriminação de géneros é o facto de a própria definição de depressão ser a que mais expressão e visibilidade tem, neste caso o da mulher. Este facto explica-se pela maior incidência da depressão entre as mulheres do que nos homens. Podendo neste caso argumentar-se, e com razão, de que as mulheres procuram ajuda especializada mais do que os homens. Aliás até existe uma expressão que diz "as mulheres procuram ajuda, os homens morrem", isto porque a taxa de suicídios nos homens é 4 vezes superior à da mulher. "O homem não tem depressão" é um mito, e há que desmistificar esta situação sob pena de que mais vidas se percam por não haver sensibilidade para este fenómeno na população masculina, muitas vezes mascarada por estes sintomas ligeiramente diferentes dos da mulher e da concepção geral sobre o que é a depressão e os seus sinais. Por vezes a própria cultura impede o homem de expressar a "tristeza" que caracteriza a depressão nos seus moldes mais comuns, sendo que optam por formas diferentes de expressão.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a depressão é a doença mental mais comum no mundo inteiro, sendo que estimadamente 150 milhões de pessoas sofrem desta doença. Sendo que devemos ter em conta que este número será mais do que provável de ser inflacionado tendo em conta a tal falta de sensibilidade para factores culturais e de género sexual.
Uma das razões que contribuiu para que houvesse uma centralização na depressão tipicamente feminina é o facto de as mulheres sofrerem em relação aos homens, 2 vezes mais desta doença.
A diferença entre homens e mulheres é criada também biologicamente, no sentido em que as próprias hormonas sexuais, estrogénio e testosterona, determinam o sexo e o desenvolvimento neuronal das mulheres e homens respectivamente. Ou seja, a exposição às hormonas criam diferenças no cérebro, o que por sua vez cria diferenças na forma como reagem, por exemplo, os medicamentos e mesmo a forma como as doenças mentais afectam cada um dos sexos.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, tanto os homens como as mulheres produzem ambas as hormonas, claro que predominantemente a mulher estrogénio e o homem testosterona, sendo que a quantidade de hormonas produzidas varia de acordo com a idade, principalmente na mulher mas também no homem. Exemplo disso é a descida na produção de estrogénio na mulher aquando da menopausa e a descida não tão acentuada da produção de testosterona no homem, denominada de andropausa. No ciclo de vida a produção aumenta na puberdade e a partir daí a produção vai descendo até à acentuada descida já mencionada.
Nos homens, a testosterona, durante a infância, faz com que fiquem mais sensíveis aos stresses ambientais, ficando assim mais vulneráveis à depressão. Nas mulheres, o estrogénio, durante a adolescência, faz com que os níveis de cortisol (hormona do stress) aumentem e interfiram com o normal desempenho da serotonina (http://pt.wikipedia.org/wiki/Serotonina), o que expõe a adolescente a depressão mais facilmente visto ser vital a performance normal dos níveis de serotonina nessa altura da vida de uma mulher.

Existe uma falha ao nível da medicação, antidepressivos, que neste caso acaba por não ser a mais adequada à depressão no homem, em virtude de ter sido criada para curar os sintomas da concepção geral do que é a depressão, e já vimos que essa concepção está errada em termos gerais por não ter considerado as diferenças entre os sexos.
Os medicamentos antidepressivos são classificados como SSRI (inibidores selectivos da recaptação da serotonina) de acordo com a sigla inglesa, e basicamente aumentam o nível de serotonina, de acordo com o que já foi dito anteriormente, uma vez que ao baixar se aumenta a incidência da depressão nas mulheres.
Existem medicamentos antidepressivos que funcionam melhor em conjunto com o estrogénio, ou seja nas mulheres. Exemplos que funcionam em conjunto com o estrogénio são o Prozac, Zoloft ou Lexapro. Existem medicamentos que funcionam melhor nos homens, tendo em conta as diferenças a nível neuronal, e actuam nos sistemas correctos que estão envolvidos na depressão no homem. No homem estão envolvidos os neurotransmissores dopamina (http://pt.wikipedia.org/wiki/Dopamina) e norepinefrina (http://pt.wikipedia.org/wiki/Norepinefrina) em vez de a serotonina como é no caso das mulheres. Como nem todos os antidepressivos são SSRI, deverá ser revista esta classificação. Exemplos de medicamentos que sejam mais eficazes nos homens são o Trofanil e o Wellbutrin que afectam os níveis de dopamina e norepinefrina respectivamente.
A comprovar a eficácia selectiva podemos ter em conta estudos que mostram que os efeitos de SSRI's em mulheres na menopausa, em que há um grande decréscimo na produção de estrogénio, são equivalentes aos dos homens, sendo que os antidepressivos eficazes nos homens são também eficazes nas mulheres em menopausa.

Resumindo e concluindo, a depressão é algo que qualquer um de nós irá certamente experimentar durante o percurso da nossa vida. Quer seja curta ou longa, quer seja na infância, na adolescência ou na menopausa, é algo comum e que deve ser compreendido e tratado sem dramas de sermos os únicos a padecer dessa enfermidade. Há que compreender o que é a depressão e os seus sintomas, tanto nos homens como nas mulheres, de forma a podermos diagnosticar mais rapidamente a doença e tratá-la como se de uma simples constipação fosse.
As nossas inseguranças por vezes encontram um caminho para nos afectar psicologicamente e deixam-nos vulneráveis a doenças como a depressão. Mas não podemos deixar que isso nos afecte de forma a que deixemos de fazer o que normalmente fazemos. Quando isso acontece deixou de ser uma simples reacção a um acontecimento na nossa vida para passar a ser uma doença, e é ai que devemos consultar um psicologo para que seja curada essa doença.
Falando na minha experiência pessoal, posso dizer que já houve uma vez que me senti realmente depressivo. Senti que ninguém gostava de mim, que isso era algo impossível, que nunca iria acontecer, sei lá tanta coisa me passou pela cabeça, coisas sem sentido mas que naquela altura faziam sentido. Era talvez uma forma de me martirizar. Fiquei basicamente na cama o dia todo durante uns dias. Vontade de fazer o que quer que seja era zero. Não sei como saí daquela fase, mas saí. Talvez tenha caído em mim e visto que nada daquela culpa que eu atribuía a mim tinha razão de ser.
A depressão não é nenhum monstro de 7 cabeças, e deve ser entendido como "normal" e devemos sempre apoiar quem precisa de apoio como é o caso quando tamos depressivos. Por vezes é bom ficar sozinhos para pensar mas fazer disso um hábito já não é saudável pois precisamos sempre do apoio das outras pessoas.
Temos de estar atentos aos sintomas da depressão nas pessoas mais próximas de nós para evitar que se torne num caso sério. Falar e questionar sobre o que se passa é uma forma de ajudarmos quem nos é próximo. Sabe sempre bem falar, desabafar, é terapêutico.
Já agora o suicídio NUNCA é a solução. A morte é o fim da linha, a dor é real, mas a dor passa, a dor cura-se, a morte não... para quem já tenha pensado nisso como uma solução, lembrem-se que por mais que pensem que a vossa morte não vai ter nenhum efeito em ninguém, terá, terá uma dor real nas pessoas mais próximas de vocês, farão mais mal do que alguma vez conseguiriam causar enquanto vivos, porque não há pior dor que a morte de alguém que nos é próximo, não há nada pior do que sentir uma parte de nós a partir, não há nada pior que sentir que podíamos ter feito algo para impedir que isso acontecesse, por mais dor que estejam a sentir, sentir é viver, a dor passa, a dor ajuda nalguns casos até, partilhem essa dor com quem mais amem, quer seja o namorado, quer seja o pai ou a mãe, quer seja com o irmão ou irmã, quer seja com o amigo ou amiga, de certeza que alguém está aí para vos consolar e para vos ajudar apesar de pensarem que não há ninguém que goste de vocês. Até pode ser um estranho, existem muitas pessoas dispostas a ajudar neste mundo, os psicologos estão aí para ajudar, peçam ajuda, não custa nada.
Quem quiser falar comigo sobre isto e outras coisas mais, pode sempre contar comigo para desabafar...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dá-me uma oportunidade...

De te ver por quem és,
Descobrir em que te tornarás,
Mudar quem és,
E amar quem serás.

Quero presentear-te um mundo mágico,
Mostrar-te o meu ser,
Dar-te a conhecer,
O meu universo fantástico.

Tenho tanto para dar,
Que me esqueço de receber,
Quero a ti me entregar,
Para tudo de ti conhecer.

Dá-me a tua mão,
E deixa-te ir,
Sente a energia a fluir,
Para dentro do teu coração.

O teu coração está fechado,
Só alguém especial o abrirá,
A questão então será,
Serei eu essa pessoa especial?
Não sei, mas só há uma forma de descobrir...